quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Maranhão. Governo participa de avaliação de indicadores de vulnerabilidade à mudança climática.

Seminário ‘Indicadores de Vulnerabilidade à Mudança do Clima’ ocorreu com a presença de representantes da SES. Foto: Divulgação
Seminário ‘Indicadores de Vulnerabilidade à Mudança do Clima’ ocorreu com a presença de representantes da SES.
Foto: Divulgação

No último ano, o Maranhão foi um dos estados que recebeu atenção especial das gestões federal e estadual em relação às questões climáticas. Nesta terça-feira (8), o Governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado da Saúde (SES) e do Meio Ambiente (Sema), participou do seminário ‘Indicadores de Vulnerabilidade à Mudança do Clima’, que aconteceu durante todo o dia no Hotel Luzeiros, em São Luís.
Foram apresentados os resultados da pesquisa desenvolvida no projeto ‘Construção de Indicadores de Vulnerabilidade da População como Insumo para a Elaboração das Ações de Adaptação à mudança no clima no Brasil’, realizado em conjunto pelo Ministério do Meio Ambiente e Atenção e Promoção à Saúde (VPAAPS) – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz /MS) para a elaboração de propostas e modelo de análise da vulnerabilidade dos municípios em relação aos impactos da climática global.
“É de amplo conhecimento que estamos em fase de adaptação e mudança do clima em todo o Brasil. O que se pretende, de maneira geral, é reduzir os potenciais impactos dessas mudanças nas mais variadas áreas. No caso da saúde, identificando a vulnerabilidade da população. Fizemos esse mapeamento no Maranhão para que os gestores tenham subsídios para agir de maneira estratégica e eficaz”, afirma a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz /MS), Martha Barata, coordenadora do Núcleo Latino-americano da Rede de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas.
A gestão estadual – no âmbito da saúde e do meio ambiente – participa do projeto estabelecendo parcerias para elaboração das pesquisas e, posteriormente, em sua aplicabilidade, vai utilizar os dados para orientar políticas públicas que visam à proteção e promoção da saúde da população em seus territórios.
“A partir dos resultados desse estudo que está sendo apresentado, teremos um instrumento de trabalho e planejamento. Conseguiremos avaliar quais são e onde estão os principais agravos relacionados a essas mudanças climáticas e intervir de maneira estratégica”, pontuou o secretário adjunto da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde, Marcelo Rosa.
O secretário também explicou que, por meio do georreferenciamento, foram identificados no mapa os índices de vulnerabilidade e os cenários climáticos. “Além da pesquisa, está sendo implantado um sistema com os indicadores que são impactados pela mudança climática, incluindo a saúde. Os técnicos da vigilância ambiental, epidemiológica e sanitária da SES também apoiaram os estudos dos pesquisadores da Fiocruz, o que nos familiariza e aproxima ainda mais dos dados e, consequentemente, dos resultados”, ressaltou.
Panorama 
Ao todo, seis estados brasileiros fazem parte da pesquisa. Além do Maranhão, o Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Amazonas. Todos eles receberão a aplicação em caráter piloto, dessa ferramenta ‘Índice Municipal de Vulnerabilidade’, construída por técnicos e pesquisadores de diferentes instituições, que incluirá componentes ambientais, sociais, demográficos, epidemiológicos e climáticos.
No Índice de Doenças Associadas ao Clima (IDAC), estão a dengue, malária, leptospirose, leishmanioses e esquistossomose. Os óbitos concentram-se em causas como a diarréia e outras doenças de origem infecciosa intestinal em menores de cinco anos.
O departamento de Vigilância em Saúde Ambiental da SES considera o estudo importante, inclusive, para o ‘Programa de Vigilância em Saúde de População Exposta a Desastres Naturais’, relacionado ao clima, como inundações, enchentes, alagamentos, secas, estiagens, etc.
“Estamos finalizando dois planos de atuação nos municípios que sofrem com desastres naturais. A saúde precisa de um trabalho específico para lidar com essas questões, por isso, hoje atuamos em conjunto com a Defesa Civil. Quando a gestão possui uma ferramenta como essa, que viabiliza o planejamento, torna-se mais eficaz a interferência do Estado”, considerou o chefe do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental, Afonso Henriques de Jesus Lopes.
Para o meteorologista Gunter Reschke, chefe do Laboratório de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), que participou do seminário, a pesquisa é fundamental para conseguir traçar intervenções possíveis e que influenciem diretamente na população.
“Temos a redução de 40% dos índices pluviométricos no estado, o que pode ser considerado um estágio de seca gravíssimo e essa realidade persiste há cinco anos consecutivos. Portanto, é de extrema importância a realização de um trabalho conjunto, com pesquisas bem estruturadas, pois as questões climáticas e metrológicas influenciam em todos os meios do cotidiano”, reforçou o meteorologista.

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